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Após o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD), atribuir ao Governo Federal a responsabilização por autorizar a Braskem a atuar em Alagoas, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta terça-feira (12) que a competência para liberação da licença ambiental é estadual e não federal.
“De uma mina que foi permitida a exploração, e foi licenciada ambientalmente, durante décadas, por vários gestores que passaram pelo Estado. O licenciamento é estadual!”, afirmou Rui Costa.
O posicionamento em rede nacional do principal ministro do governo Lula (PT) expõe o desconforto do Palácio do Planalto com a gestão do MDB em Alagoas, partido liderado pelo senador Renan Calheiros. Atualmente no baixo clero do Congresso Nacional, Calheiros tem forçado a instalação da CPI da Braskem, contrariando os interesses da articulação política do Planalto.
O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), tem resistido à CPI por avaliar que os trabalhos da Comissão podem ampliar a crise envolvendo a Braskem, já que a Petrobras, controlada pelo governo, tem cerca de 35% de participação na Braskem.
As investigações da CPI podem respingar na Petrobras, e a oposição no Senado poderá aproveitar para convocar políticos de casos relacionados à corrupção alvos da operação Lava Jato, por exemplo. Portanto, nos bastidores, a informação é de que Renan Calheiros estaria disposto a criar uma crise no governo federal somente para proteger o filho - o ex-governador de Alagoas e atual ministro dos Transportes, Renan Filho - de uma possível acusação de omissão ou negligência pelo desastre ambiental que acontece em Maceió.