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O quanto a vida acadêmica exige da saúde mental de um aluno? Não tem resposta objetiva, mas a importância que a universidade dá para o tema pode mudar o resultado. Setembro é o mês que fica em alerta para isso, o sinal amarelo significa atenção para a forma mais grave do adoecimento mental: o suicídio. Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) existem muitas ações que acolhem o estudante para que a trajetória na instituição não seja um problema que afete questões psíquicas e emocionais.
“Em todos os campi desenvolvemos o acolhimento psicológico, escuta individual e pontual que visa dar suporte e orientação ao discente. Caso seja identificada demanda para tratamento, seja psicológico ou psiquiátrico, a rede de atenção psicossocial é a nossa principal referência”, destacou a psicóloga Lucélia Gomes, da Pró-reitoria Estudantil (Proest).
De acordo com o último relatório de atividades do setor de Psicologia da Proest, em 2021 foram realizados 1.030 atendimentos aos discentes dos campi A.C. Simões, em Maceió, Arapiraca e do Sertão. Por causa do momento pandêmico da covid-19, os atendimentos são ofertados de modo on-line. Desse total, 87 foram encaminhados para acompanhamento psicoterapêutico. O local que mais precisou de encaminhamento foi em Delmiro Gouveia, onde dos 434 atendimentos, 39 foram encaminhados para a rede de atenção psicossocial.
“A saúde mental por sua característica complexa e multideterminada requer pensar ações que sejam desenvolvidas ao longo do ano e articuladas entre os diversos setores e atores institucionais e a Rede de Atenção Psicossocial. Desafios se apresentam face ao aumento da demanda, do número reduzido de recursos humanos e das dificuldades que se apresentaram para a educação superior nos últimos anos. Nesse sentido, compreendemos a importância no avanço de ações promotoras de saúde mental no espaço universitário, o que implica, também, pensar a instituição em todos os seus aspectos”, reforçou Lucélia.
Essa atenção com as questões psicológicas dos estudantes tem aberto canais permanentes por meio de projetos como o Fomente, que promove rodas de conversas mensais para discutir temáticas relacionadas à vivência universitária numa perspectiva de promoção e prevenção em saúde mental.
O projeto Percursos, que faz parte do Programa de Permanência e Trajetória Profissional no Ensino Superior tem o olhar voltado para alunos ingressantes e concluintes. Os que estão chegando à Universidade passam por atividades de orientação sobre todos os aspectos da inserção no ensino superior, como uma espécie de norte para o que eles vão encontrar nessa nova etapa. Já com os alunos concluintes, o projeto Percursos faz uma breve preparação para o mercado de trabalho. É a Ufal de mãos dadas do início ao fim da trajetória acadêmica.
A Proest também aproveita o dia mais esperado da semana pra fazer o “Sextou com Paape”, numa parceria com o Programa de Apoio e Acompanhamento Pedagógico (Paape). Nessas atividades são realizadas palestras de cunho psicopedagógico de um jeito leve e acolhedor. Segundo os psicólogos do setor, novos projetos estão sendo planejados para facilitar o processo de formação do estudante, sendo o principal alvo a permanência no ensino superior.
Estudantes e servidores: A quem recorrer?
A Proest fica localizada no Campus A.C. Simões, onde atende aos estudantes da sede e do Campus de engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) e também é composta pelos Núcleos de Assistência Estudantis (Naes), nos campi do interior. A equipe tem psicólogos lotados no Campus A.C. Simões, no Nae de Palmeira dos Índios e no Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia. Em cada local há o desenvolvimento de ações em saúde mental de acordo com as demandas do perfil discente, a infraestrutura e a quantidade de profissionais.
Os atendimentos são previamente agendados na secretaria da Proest, em Maceió, de forma presencial ou pelo telefone 3214-1081, e via e-mail nos outros locais. Os estudantes podem entrar em contato para atendimento psicológico no Campus Arapiraca pelo endereço eletrônico camila.beserra@arapiraca.ufal.br; no Campus do Sertão por meio do canal psicologianaesertao@delmiro.ufal.br e na unidade de Palmeira dos Índios pelo e-mail tathina.netto@palmeira.ufal.br.
Já os servidores da Ufal que desejam atendimento psicológico com o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass) podem enviar e-mail para psicologia.siass@progep.ufal.br. “Nós, atualmente, estamos saindo de uma pandemia, que muito afetou a vida dos nossos servidores, sem restrição de categoria, ou seja, técnico e docente. E isso nos leva a ter uma atenção toda especial, uma vez que vários deles em situação de apuro emocional podem não enxergar a dimensão da adversidade. E um olhar externo e um apoio moral podem ser fundamentais nessa hora, proporcionando um acolhimento mais sensível e empático”, destaca o pró-reitor Wellington Pereira, da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho, lembrando que a Progep conta com o apoio da Coordenação de Qualidade de Vida e do Trabalho (CQVT) .
E para apoio emocional e prevenção ao suicídio, qualquer pessoa pode ligar gratuitamente para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo 188 ou conversar com os voluntários acessando o chat em cvv.org.br.
Programação Setembro Amarelo
Entre os dias 12 e 15 de setembro, a Proest vai promover a 1ª Semana de Saúde Mental. A programação completa você acompanha no anexo abaixo, articulada pelos profissionais de saúde mental da Pró-reitoria (A.C. Simões) e do Siass.
“Esperamos que a ação se apresente em outros momentos do calendário acadêmico da Ufal e possibilite chamar a atenção para o cuidado com a saúde mental. A Semana vai trazer atividades diversas, como mesa-redonda, rodas de conversa e oficinas, voltadas para servidores, estudantes de graduação e pós-graduação”, adiantaram os organizadores.
Em Palmeira dos Índios será realizado o 3º Encontro de Saúde Mental na Universidade: tecendo redes de cuidado, no dia 28 de setembro. E a equipe do Sertão também vai organizar uma programação voltada para a temática. Breve serão divulgados detalhes das atividades e as respectivas datas.