A articulação para a manifestação, embora reúna membros de diversas correntes políticas, nasceu na casa do presidente do Cidadania, o professor Barnabel Bezerra, partido pelo qual concorreu o empresário Sebastião de Jesus nas eleições de 2020, quando ficou em segundo lugar na disputa pela prefeitura.
As reuniões reuniram, por exemplo, Zé Alfredo (PTB), que percebendo o quanto esse tipo de articulação poderia beneficiar politicamente Sebastião, deu o recado no primeiro dia em que esteve lá: “Estou aqui, mas sou candidato a prefeito em 2024, viu?”
O movimento conta ainda com o ex-governador Manoel Gomes de Barros, que foi o principal cabo eleitoral de Sebastião de Jesus em 2020, Bruno Lopes, que foi candidato a vice-prefeito na chapa, e correligionários.
Além do engajamento desses personagens em torno de Sebastião, há quem diga que a privatização da autarquia trata-se de uma situação impossível de se reverter.
“Todo mundo sabe que não há nada que possa ser feito, a venda do SAAE é inevitável, eles sabem disso mas querem lucrar politicamente com a situação”, disse um interlocutor do governo ao BR104.
Membros do próprio grupo que promove a manifestação, entendem se tratar de um “esquenta”, pra provar o poder de articulação de Sebastião de Jesus às vésperas de um novo pleito, já que ele planeja disputar em 2022 para manter seu nome em evidência e abrir caminho para 2024.
A depender do número de pessoas que comparecerem ao protesto, os créditos serão de Sebastião, e isso independe de o prefeito seguir com o processo de concessão ou não. Ou seja, o que interessa para o grupo, é mobilizar as pessoas e mostrar que o político segue influenciando localmente.