Carnes abatidas clandestinamente em Caxias do Sul | © Tiago Coutinho/Imprensa MPRS (Foto: reprodução )
Uma operação realizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), na manhã desta quinta-feira (18/11), desarticulou um esquema de venda clandestina de carne de cavalo como se fosse carne bovina para hamburguerias do estado.A investigação durou dois meses. Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar, a “Operação Hipo” cumpriu seis mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em Caxias do Sul.
O grupo distribuía em torno de 800 kg semanais. Conforme o MP, a suspeita foi confirmada por meio da realização de perícias em duas hamburguerias da cidade, o Mirus Burguer e o Natural Burguer. Nas duas, foi encontrada a presença de DNA de cavalo nos lanches.
Durante a ação, foram encontradas anotações com os nomes de possíveis compradores da carne clandestina. Os promotores Alcindo Bastos e Mauro Rockenback querem saber se esses estabelecimentos sabiam que estavam comprando o produto ilegal.
O fiscal agropecuário e supervisor regional da Secretaria Estadual da Agricultura, Willian Smiderle, que acompanhou a operação, disse que foram localizados pontos de abate e locais onde eram enterradas as carcaças e ossos que restavam dos animais.
O esquema
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, o esquema funcionava da seguinte forma: uma parte era responsável por procurar cavalos pelas ruas, muitos deles já doentes, que puxavam carroças, para comprar.
Feita a aquisição, os animais eram levados para uma chácara no bairro Forqueta, onde era abatidos. Carneados, as partes eram vendidas para um comprador que produzia bifes de hambúrgueres para vender para lancherias.
Nesse local, a carne de cavalo era misturada com carnes de outros animais, como perus e suínos, e os bifes eram vendidos embalados para hamburguerias como se fossem de gado. Algumas carnes com cheiro podre eram lavadas para serem vendidas como novas.