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A juíza Juliana Batistela Guimarães de Alencar, da comarca de Viçosa, aceitou um pedido do Ministério Público de Alagoas (MP-AL), nessa quarta-feira, 08, e limitou os gastos para as apresentações artísticas que aconteceriam em Viçosa nesse mês de junho. Após a decisão, a apresentação do artista Wesley Safadão, marcada para este fim de semana, foi cancelada.
O pedido do MP-AL — justificado em razão da situação de emergência após as fortes chuvas que atingiram toda Alagoas — estipulava o cachê pago para cada apresentação artística, sendo limitado ao valor de R$ 50 mil para artistas nacionais e R$ 20 mil para artistas regionais.
Com isso, após a juíza acolher o pedido, o show de Wesley Safadão, com cachê de R$ 600 mil, foi cancelado, com base no teto estipulado para as apresentações.
A justiça ainda fixou o valor total gasto com todos os artistas pela Prefeitura de Viçosa, não podendo ultrapassar o teto de R$ 100 mil reais. Em caso de descumprimento, o munícipio terá que pagar uma multa equivalente ao valor total fixado para os gastos com a festa.
A reportagem do TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Viçosa e foi informada que o prefeito deve se posicionar em breve sobre a decisão judicial.
Na ação que foi ajuizada nessa quarta-feira, 8, a promotora Fernanda Moreira questiona o fato de a FMAC não dispor de verba para bancar as atrações anunciadas para os festejos juninos da Capital. "Observando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) nós constatamos que a FMAC dispõe do valor de R$ 5 milhões para investir em cultura para todo o ano de 2022", disse ela, ao afirmar que esse valor não seria suficiente para financiar os festejos juninos e nem poderia ser totalmente usado para bancar o São João da capital.
A promotora Fernanda Moreira também explicou que um dos principais motivos para que ela entrasse com a ação foi uma suplementação orçamentária para a FMAC, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) da última sexta-feira, 5, no valor de R$ 11 milhões, cujo objetivo é garantir os valores para bancar os custos da festa.
"Vi que os valores suplementados foram retirados de obras de infraestrutura, como as obras do Vale do Reginaldo e da ciclovia. Não se trata aqui de ir de encontro ao direito ao lazer, mas estamos em uma emergência por conta das chuvas e precisamos debater a função real do orçamento público. Maceió tem mais de 700 pessoas desabrigadas. No Benedito Bentes, onde foi anunciada a festa de São João, tem mães que estão precisando de colchões", disse a promotora, que também citou as famílias atingidas pelos problemas provocados pela Braskem, ao elencar questões urgentes que precisam ser resolvidas pelo Município.
O TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió, mas até o momento não houve resposta.