(Foto: Reprodução)
O zagueiro Dão, do Resende,
tem uma meta a cumprir na carreira. Ele fez um desafio a si mesmo e pretende
superar o uruguaio Loco Abreu no número de times que atuou. Hoje, o alagoano
coleciona 28 camisas diferentes; o uruguaio, 31.
Dão
nasceu em Penedo, interior de Alagoas, e contou ao ge/AL que
os recordes movem sua carreira.
- Tenho o sonho de bater o recorde do Loco Abreu, que tem 31
clubes na carreira, o Dão na carreira tem 28 e eu pretendo bater esse recorde,
sim, eu trabalho pra isso, pra bater recordes. A minha vida sempre foi assim,
bater recordes, bater sonhos, alcançar objetivos. Não é fácil sair do interior
de Alagoas naquele tempo, entre 2000 e 2001, e passar por 28 clubes. Não é pra
todos, não é pra qualquer um, e eu agradeço a Deus pela saúde. Sempre fiz o meu
melhor por onde eu passei, sempre deixei meu sangue, a gana, a garra, pra
mostrar que eu sou um vencedor e eu vou chegar nesses 31, 32 clubes, que é o
recorde que o Loco Abreu mantém hoje - explicou o zagueiro, de 36 anos.
Dão, zagueiro do Resende, está no 28º clube da carreira — Foto: Leonam Viana/ASCOM Resende
Andarilho do futebol, Dão
disse que fez sucesso em alguns clubes e nem tanto em outros. Mas avisou que
nunca faltou dedicação.
- Na
verdade, são 28 clubes na minha carreira. No Treze, eu cheguei a assinar
contrato, mas eles não deram entrada na CBF, mas a minha carteira é assinada.
Passei por grandes equipes, como Vitória, Paysandu, Chapecoense, Sport,
Guarani, Botafogo de Ribeirão Preto, onde fiz minha história, onde deixei meu
nome gravado. Eu agradeço demais a cada diretor que me deu a oportunidade, às
torcidas.... Nós somos cobrados pelo que fazemos ali dentro de campo. Alguns
clubes, infelizmente, eu machuquei, faz parte, não pude ajudar como eu queria
ter ajudado. Mas eu agradeço a todos esses clubes.
Neste ano, Loco Abreu defendeu o Athletic Club-MG e depois acertou com o Sud América-URU — Foto: Divulgação/Mineirão
Espelho
meu
Dão
disse ter quatro referências de Alagoas na posição de zagueiro. Uma deles é
Pepe, multicampeão pelo Real Madrid e hoje atleta do Porto.
-
Eu, como zagueiro, sempre tive, sim, uma inspiração por outros zagueiros. Ali
no meu estado, o Márcio Pereira, que jogou no CSA e no CRB, um zagueiro que
batia falta muito forte; tinha também o Pepe no Corinthians Alagoano, logo no
começo da carreira dele, né? O Ariga também e o Luisão, que ambos eram do Sport
Club Penedense, o time em que me tornei profissional.
Assim
como se espelha nos conterrâneos, Dão tem ídolos que defenderam grandes times
do futebol brasileiro.
- Ao
longo da minha carreira, eu conheci vendo e jogando com Mauro Galvão, Juan,
Edmilson, Odivan, Júnior Baiano. Os caras que eu me espelhava muito eram o Juan, do Flamengo, pela
técnica, pela calma, tranquilidade que ele passava pra zaga, e o Mauro Galvão,
pela sua raça. Além da técnica, ele tinha raça. Então, são esses dois caras que
eu sempre me espelhei dentro de campo como zagueiro.
Dão tem 36 anos e começou no Penedense — Foto: Leonam Viana/ASCOM Resende
Adriano,
o mais difícil de marcar
O
jogador aponta ainda quais os principais atacantes que teve a missão de parar.
Adriano Imperador foi o que deu mais trabalho.
- Eu
marquei muitos jogadores de seleção brasileira, né? Como o Adriano Imperador, o
Kléber, ex-Athlético e Santos, Neymar, o Ricardo Oliveira, o Fred, entre
outros, né? Mas o cara mais difícil de marcar, que era difícil mesmo, era o
Adriano Imperador. Logo quando ele voltou da Roma, acertou com o São Paulo.
Então, eu joguei contra ele em 2008, eu tava pelo Rio Claro, então era difícil
demais marcar aquele cara: o homem tava fazendo gol de tudo o que era jeito.
Dão e Marinho começaram na base do Penedense — Foto: Jonathan Lins / GloboEsporte.com
Dupla
de Penedo
Segundo
Dão, um momento especial da carreira foi o dia em que ele enfrentou o atacante
Marinho, do Santos. Eles se conheceram lá atrás, nos tempos de Penedense.
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Cheguei a marcar meu conterrâneo, sim, em 2015, no jogo entre Paysandu e Ceará,
no Mangueirão. E ao término do jogo tivemos aquela resenha de sempre, falamos
um pouco da nossa cidade, um pouco do nosso clube formador, um pouco das
pessoas que nos ajudaram chegar até ali, né? - recordou o zagueiro, e
prosseguiu:
- E
eu só tenho de agradecer a Deus por ele ter chegado até onde ele chegou, ser o
Rei da América, porque eu vi esse garoto em um jogo-treino lá entre o Penedense
e uma escolinha, que eu sou seis anos mais velho que ele, e eu lembro muito bem
do diretor, que era nosso paizão, o Juca Vasconcelos, e eu disse: “Aquele ali é
a nossa joia”. Vendo aquele moleque rápido pelo lado direito do ataque, que
puxava pra dentro e dificilmente alguém marcava, aí eu disse: “Realmente, esse
daí vai ter futuro”.
Marinho com a camisa do Pendense. Dão disse que viu o atacante ainda garoto, na base — Foto: Arquivo Pessoal/Marinho