Comerciantes da Prainha de Penedo deixam locais de trabalho após aumento de nível do rio (Foto: reprodução )
Comerciantes que atuam na Prainha de Penedo, local bastante frequentado por moradores e turistas, precisaram deixar o local em razão do aumento do nível do Rio São Francisco, após aumento da vazão com a abertura das comportas das Hidrelétricas de Sobradinho, na Bahia, e Xingó.
Até o momento, cinco barraqueiros precisaram retirar toda a estrutura para não ficarem no prejuízo e verem seus equipamentos destruídos pelas águas. Em função do panorama atual, a Defesa Civil de Penedo orienta que moradores e visitantes evitem entrar no rio, principalmente nas imediações da Prainha, local onde cobras foram avistadas durante a inspeção realizada pela Prefeitura.
Integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) estão monitorando a situação da cheia e os reflexos dela na vida das pessoas que vivem às margens do rio. A previsão é que, nesta segunda-feira (24), a vazão passe de 3,5 mil m³ para 4 mil m³, o que vai fazer com que o nível do São Francisco suba ainda mais.
Em Penedo, na última medição do rio que foi feita pelo município, as águas chegavam a uma altura de 3,01 metros. Para se ter uma ideia, no último dia 14, quando foi iniciada a medição, essa altura era de 1,46 metros.
De acordo com a Prefeitura de Penedo, cinco dos seis comerciantes locais já deixaram a prainha e removeram a estrutura onde trabalham. O outro deve concluir essa remoção nesta segunda-feira. Uma reunião marcada para amanhã deve definir um novo local para que essas famílias, que dependem dos negócios na Prainha, possam continuar trabalhando provisoriamente, até que o nível do rio baixe e volte à normalidade.
O aumento é resultado de mais água liberada da Usina Hidrelétrica de Xingó, em Piranhas, chegando a Penedo com mais de três mil metros cúbicos por segundo. Isso significa que as correntezas estão mais fortes e a flutuação de vegetação aumenta consideravelmente, a ponto de interferir na regularidade do abastecimento de água para a cidade.
As plantas acumuladas na estação de captação tornam o serviço de limpeza e retirada do material mais constante, com mais tempo para ser concluído. O resultado é a suspensão do serviço em intervalos maiores, causando, inclusive, desabastecimento para algumas localidades, situação que permanecerá até a redução de ‘baceiros’ no rio.